Qual a relação entre custo de oportunidade e escassez nos investimentos?
Você sabe o que é o custo de oportunidade? E o que ele tem a ver com o conceito de escassez? Neste post, responderemos a essas perguntas!
O que é a escassez?
A ideia de escassez está ligada à lacuna entre a limitação dos recursos disponíveis e a demanda que é, em tese, ilimitada. Se há necessidades e desejos demais para recursos de menos, é preciso saber alocar tais recursos com sabedoria e eficiência para cobrir o máximo possível.
Em economia, sabe-se que todo bem de consumo que tem um custo acima de zero é escasso em certa medida. Entretanto, na prática, o que nos interessa é a escassez relativa, ou seja, a a escassez de um insumo em relação a outro.
O que é o custo de oportunidade?
O custo de oportunidade é qualquer lucro ou benefício de que se deve abrir mão para conseguir algo mais importante. Tanto no dia a dia como nos investimentos, as escolhas que fazemos implicam uma perda. Portanto, qualquer decisão tem um custo de oportunidade, e cabe avaliar esses custos para prever os lucros ou benefícios de determinada ação.
Nos investimentos, os custos de oportunidade são fundamentais para calcular o custo-benefício de um projeto ou de uma operação, e afetam diretamente a tomada de decisões.
Custo de oportunidade x escassez de recursos
A escassez e o custo de oportunidade estão diretamente ligados em economia, já que na maioria das situações é necessário escolher entre recursos escassos. O custo de oportunidade está relacionado à previsão do maior benefício a que se renuncia após uma decisão de alocação dos recursos disponíveis. Ou seja, ele representa a alternativa que foi descartada quando se escolhe usar determinado recurso.
As empresas e até mesmo os investidores devem decidir de quais recursos dispor para satisfazer as demandas, e a escassez é responsável por forçar escolhas conforme tais recursos se esgotam. Trazendo esse conceito para o mundo dos investimentos, podemos pensar no exemplo do custo de oportunidade do dinheiro empregado em um ativo imobilizado.
Vamos supor que, em seu escritório, uma máquina tenha sido adquirida. Se esse aparelho for subutilizado e permaneça ocioso por muito tempo devido à falta de demanda, a decisão da compra da máquina foi ineficiente e improdutiva, uma vez que o capital empregado na aquisição pode ser superior aos benefícios que ela trouxe.
Se o bem adquirido tiver sido financiado com juros, ou no caso de haver juros e taxas pagos pela aplicação de onde saiu o capital (fundos de investimentos, títulos públicos, LCI, LCA ou CDB, por exemplo), essas taxas adicionais representam o custo de oportunidade; ou seja, o benefício de que se abriu mão foi a estimativa do quanto esse dinheiro poderia render se estivesse aplicado.
Como calcular o custo de oportunidade
Para cada escolha feita, os bens renunciados podem ser ilimitados. Dessa forma, não é possível pensar em uma fórmula única para calcular o custo de oportunidade. Na realidade, esse cálculo deve ser estimado caso a caso.
Algumas maneiras de realizar essa previsão são:
– Se houver financiamento na operação, os juros envolvidos representam o custo de oportunidade.
– Se tal financiamento tiver sido alto o bastante para prejudicar o limite de crédito, essa restrição também precisa ser considerada.
– Se o recurso utilizado for próprio, é preciso ponderar se esse capital poderia estar investido sem riscos.
– É preciso também levar em conta qual é o ROA (return on assets, ou retorno sobre o ativo) da empresa pois, caso a perspectiva de retorno com a aquisição de um ativo for menor que a média da empresa, talvez essa decisão não seja a mais estrategicamente eficiente.
Normalmente, os indicadores financeiros mais seguros para calcular o custo de oportunidade são a taxa Selic, a táxica básica de juros da economia brasileira, e o CDI, que está relacionado às oscilações da Selic.
Ambos são indicadores por meio dos quais um certo valor pode ser corrigido, levando em consideração um período determinado. O objetivo de usar tais índices é ajudar o investidor a descobrir se o seu investimento está tendo um retorno maior do que os custos de oportunidades a serem considerados.
Para facilitar, o Banco Central disponibiliza ferramentas para correção de valores e cálculo da taxa Selic e do CDI. Para fazer os cálculos, basta inserir as datas de início e fim do investimento em questão, bem como o valor que deve ser corrigido. No caso do CDI, também é necessário adicionar a porcentagem que servirá de base para o cálculo. Colocando a Selic ou uma determinada porcentagem do CDI como custo de oportunidade, é possível avaliar se um investimento será ou não vantajoso.
Como você pode perceber, cada situação deve ser analisada minuciosamente, uma vez que não existe uma resposta padrão para todos os casos. O importante é compreender bem os conceitos de escassez e de custo de oportunidade, e de que maneira eles afetam seus investimentos!
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