O que é a taxa Selic e como ela afeta seus investimentos?
Se você vem acompanhando o noticiário econômico neste ano de 2017, deve ter visto várias notícias sobre sucessivos cortes nos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) vem diminuindo a taxa Selic como forma de tentar estimular a atividade econômica e fazer o país sair da recessão.
No entanto, os impactos dessas decisões afetam também os seus investimentos. Quer saber mais sobre essa taxa e como ela influencia suas aplicações? Leia nosso texto!
O que é a taxa Selic?
Para entender o que é a taxa Selic, é preciso entender um pouco sobre como os bancos funcionam.
As instituições financeiras recorrem umas às outras para tomar dinheiro emprestado, pois não podem fechar o balanço do dia no vermelho e têm que cumprir os depósitos compulsórios no Banco Central. O prazo desses empréstimos é, geralmente, de um dia.
Essas operações de crédito usam títulos da dívida pública como garantia de pagamento e são registradas no Sistema Especial de Liquidação e Custódia do Banco Central, o Selic. A média ponderada dos juros cobrados nessas transações dá a Selic over, que é a taxa efetivamente praticada.
A Selic que vemos nos jornais é a meta dessa taxa. Ela é definida pelo Copom em reuniões que acontecem, em média, a cada 45 dias. O Banco Central intervém nas operações interbancárias para fazer com que a Selic over se aproxime da Selic meta.
Como ela afeta a economia?
A taxa Selic é um instrumento de controle da quantidade de dinheiro em circulação na economia. Ela pode ser usada para estimular a atividade econômica ou para controlar a inflação, dependendo da situação econômica do país.
A Selic afeta o chamado custo do dinheiro, que é o quanto de juros os bancos precisam pagar para obter recursos e oferecer crédito, e também influencia o rendimento de diversos investimentos, como veremos a seguir.
Como ela afeta a renda fixa?
Investimentos de renda fixa são aqueles que têm regras de remuneração definidas. Os exemplos mais comuns são os títulos públicos, negociados por meio da plataforma do Tesouro Direto, e os títulos privados, como CDBs, LCIs e LCAs.
Muitos desses títulos pagam juros baseados na Selic ou no CDI. Explicando de maneira bem genérica, CDI é uma taxa de juros praticada nos empréstimos realizados entre bancos usando Certificados de Depósitos Interfinanceiros. Ele acompanha de perto a Selic.
Em ambos os casos, a lógica geral é a seguinte: quanto mais alta a taxa Selic, maior o rendimento dos investimentos em renda fixa, já que eles são diretamente atrelados às taxas de juros.
Como ela afeta a renda variável?
A taxa Selic também exerce influência sobre a renda variável, nome dado aos investimentos que não têm retorno certo, já que dependem de fatores do mercado financeiro.
Um bom exemplo desse tipo de investimento são as ações, pois seus preços são definidos de acordo com o desempenho das empresas e a procura por elas na bolsa de valores.
Não existe uma relação direta entre a Selic e o preço das ações. Entretanto, a taxa de juros tem impacto sobre a economia do país — o que, por sua vez, faz com que o preço dos papéis suba ou desça.
De modo geral, pode-se dizer que, quando os juros caem, a expectativa é de que a atividade econômica cresça, favorecendo o bom desempenho das empresas e, consequentemente, a alta das ações.
O contrário também é esperado: quando os juros sobem, fica mais difícil obter crédito, o que encarece o consumo e o investimento, desacelerando a atividade econômica.
Porém, há setores que são mais sensíveis que outros aos rumos da Selic, como é o caso das empresas de varejo ou financeiras.
Não se pode esquecer, porém, que muitos outros fatores influenciam a bolsa de valores. Como exemplos, podemos citar a cotação do dólar e o preço das commodities.
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