Fundos de renda fixa ou multimercados – qual a melhor opção?

Cada investidor tem um objetivo e um perfil de risco diferente e, por isso, é normal que haja inúmeras estratégias possíveis para se alcançar bons rendimentos. Um exemplo disso são os fundos de investimento. Só que existem diversos tipos de fundos, o que pode gerar dúvidas, sobretudo para quem ainda está começando a investir.

Neste post, vamos falar sobre os fundos de renda fixa e os fundos multimercados, e explicar as diferenças, prós e contras de cada um.

O que são fundos de renda fixa 

Os fundos de renda fixa são aqueles que concentram 80% do capital investido em aplicações de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto, CBDs e LCI/LCA. Os 20% restantes são alocados em outros tipos de ativos de renda variável. 

A principal vantagem desses fundos é que eles aliam rentabilidade alta e segurança. Em geral, são recomendados para investidores de perfil conservador ou moderado que buscam diversificar as suas carteiras. Eles são os fundos de investimento mais populares no Brasil, e representam quase 1/3 de todo o patrimônio desta modalidade.

Os fundos de renda fixa podem ser classificados em: 

Simples

São fundos que concentram 95% do capital em títulos do Tesouro Direto e em títulos privado com baixo risco de crédito, buscando baixos custos e oferecendo muita segurança. São fundos ideais para pequenos investidores e para novatos no mercado financeiro. 

Curto prazo

Tratam-se de fundos voltados para o curto prazo, com aplicações que tenham prazo máximo de 60 dias. Nos fundos de curto prazo, a maior parte dos ativos são títulos públicos ou privados com baixo risco de crédito, com o objetivo de obter alta rentabilidade e segurança, em um tempo de investimento menor. 

Longo prazo

Tratam-se de fundos cuja carteira de investimentos tem vencimento com prazo superior a 365 dias. São compostos de uma variedade maior de ativos em renda fixa, e alguns títulos privados de instituições com maior risco de crédito. Sua rentabilidade normalmente é maior do que a dos fundos de curto prazo.

Referenciado

Esse tipo de fundo tem um índice econômico como referência de rentabilidade, de modo que o gestor do fundo deve alocar em torno de 95% do capital em títulos atrelados a tal referencial. O índice mais popular para essa finalidade é o DI, que acompanha a taxa CDI (Certificado de Depósito Interbancário). 

Crédito privado

Os fundos de crédito privado são compostos de pelo menos 50% de títulos privados, tais como CDBs e debêntures, e o restante em títulos públicos e derivativos. Oferecem um risco maior do que os fundos citados anteriormente, e costumam ter retorno de médio a longo prazo.

Dívida externa

Por fim, nesse tipo de fundo, mais de 80% do patrimônio é alocado em títulos da dívida externa da União, sendo que o gestor do fundo não pode realizar a alocação de capital em ativos do próprio país.

O que são fundos multimercados

Os fundos multimercados são uma junção entre a renda fixa e a renda variável, em que o gestor tem a liberdade de investir em diversos ativos do mercado financeiro, dependendo se a ideia é buscar um investimento mais agressivo ou mais conservador. 

Tratam-se de fundos mais complexos do que os de renda fixa, e podem ser classificados com base na estratégia adotada e nos ativos escolhidos, da seguinte maneira:

Alocação

São fundos que adotam a estratégia de alocação de ativos no longo prazo, investindo em vários ativos, como os de renda fixa, ações ou cotas de outros fundos de investimentos. Os fundos de alocação podem ser subdivididos em balanceados e dinâmicos.

Nos balanceados, pode-se investir em qualquer tipo de aplicação, mas sempre com objetivo de superar a rentabilidade de um benchmark. São fundos que não permitem alavancagem. Já nos dinâmicos, o gestor tem mais liberdade porque, além de poderem ser alavancados, são fundos mais flexíveis, que podem ser compostos por diversos tipos de investimentos sem a necessidade de obedecer a um indicador específico. 

Investimentos no exterior

Tratam-se de fundos que concentram o capital em ativos do exterior, e são voltados para investidores mais experientes e acostumados com o mercado financeiro.  

Estratégia

São fundos que permitem alavancagem e contam com diversas subcategorias, já que cada uma tem um objetivo específico. Podem ser classificados em:

Macro: são aqueles focados nos cenários macroeconômicos no médio e longo prazos, que podem ser compostos por diversos tipos de aplicações, e alterados de acordo com a necessidade.

Trading: são fundos que englobam qualquer tipo de ativo, e cuja estratégia se concentra em ganhos a partir das movimentações de curto prazo.

Livre: nesse tipo de fundo, a carteira de investimentos é livre para qualquer tipo de aplicação ou estratégia adotada. 

Capital protegido: nesse tipo de fundo, o objetivo é obter retornos em mercados de risco, mas sempre buscando proteger o capital total ou parcialmente. 

Juros e moedas: tratam-se de fundos focados nos ativos de renda fixa e em câmbio. A ideia é focar nos ganhos a partir dos juros dos títulos e das operações feitas em moedas estrangeiras.

Estratégia específica: nesse tipo de fundo, a composição da carteira é realizada a partir da definição do risco, como mercado futuro ou commodities.

Long and short direcional: nesse tipo de fundo, uma parte do capital é alocado em cotas de fundos de renda fixa de curto prazo, apostando na diferença entre as posições comprada e vendida.

Long and short neutro: são fundos que funcionam da mesma forma que o direcional, porém, aqui, as posições devem ser montadas com exposição financeira líquida de até 5%. 

Vantagens e desvantagens dos fundos de renda fixa 

Existem várias vantagens em investir nos fundos de renda fixa. Uma delas é que eles são mais simples do que os multimercados, e também oferecem menores riscos, pois têm rentabilidade que depende de indexadores menos sujeitos a oscilações, como CDI, Selic ou IPCA.  

Além disso, são fundos de menor volatilidade e que demandam aportes mais baixos: dá para começar a investir com valores a partir de R$100, sendo acessíveis aos mais variados perfis de investidores. Outro atrativo é que, em geral, o resgate dos rendimentos é feito de forma mais simples e rápida. 

Entretanto, também existem algumas desvantagens. Uma delas é a óbvia limitação dos ativos, que se concentram na renda fixa e proporcionam menor liberdade de escolha ao investidor. Em cenários em que os juros estejam em queda, isso significa que os retornos financeiros podem ser inferiores aos de um fundo multimercado. 

Vantagens e desvantagens dos fundos multimercados 

Dentre as vantagens dos fundos multimercados, podemos citar a maior diversificação dos ativos, o que proporciona maior liberdade ao gestor na hora de ajustar a carteira, e possibilita que os rendimentos sejam mais expressivos, sobretudo em um cenário econômico de juros baixos. 

Também há mais opções de fundos multimercados disponíveis para os investidores, o que torna o processo mais dinâmico e ajustável conforme a necessidade. 

Porém, existem também algumas desvantagens, como os maiores riscos envolvidos e a maior volatilidade em relação aos fundos de renda fixa. Além disso, em alguns casos, é cobrada uma taxa de performance que prejudica a relação de custo x benefício. 

Renda fixa ou multimercado: qual escolher? 

As duas opções podem ser vantajosas, e a resposta para essa pergunta depende do perfil de risco e do objetivo do investidor. Na hora de investir, o ideal é fazer uma comparação entre os fundos de renda fixa e os fundos multimercados, elencando os pontos positivos e negativos de cada um para determinar qual é o ideal. 

Como você deve ter percebido, cada tipo de fundo tem características e finalidades específicas, portanto, para escolher o mais adequado, é preciso levar em conta as suas áreas de interesse, quanto risco está disposto a correr e quanta diversificação a carteira oferece. Também é importante verificar o prazo dos fundos e o tempo de resgate, e definir se estão alinhados aos seus objetivos financeiros, já que há modalidades voltadas a diversos tempos de investimento.

E aí, este texto foi útil para tirar suas dúvidas sobre fundos de investimento? Se sim, que tal compartilhá-lo em suas mídias sociais?