Entenda o que é índice Beta de ações e como usá-lo
Alfa, beta e gama são letras do alfabeto grego e muito usadas na Matemática e na Física. Mas podem ser usadas também, com outros significados, na Economia e no universo dos investimentos.
Na Bolsa de Valores, fala-se do índice Beta de ações. Você sabe do que se trata? Leia o post e saiba mais sobre o assunto!
O que é o índice Beta
O índice Beta é, na verdade, um dos indicadores mais usados na bolsa de ações. Ele mensura a volatilidade dos preços de uma determinada ação em relação ao restante do mercado financeiro.
Para calcular o Beta, é necessário fazer uso de análise de regressão. Aplicamos o IBOV, cujo Beta equivale a 1. Ainda que não exista somente um índice para efetuar esse cálculo, o IBOVESPA é o mais aplicado.
Assim, as ações com índice Beta superior a 1 apresentam uma volatilidade maior que a do mercado em geral, sendo, portanto, bastante arriscadas. Já as ações com índice igual a 1 oferecem preços que variam em ritmo que acompanha a média do mercado financeiro.
Finalmente, as ações com Beta inferior a 1 apresentam volatilidade menor que a do mercado em geral, sendo as menos arriscadas de todas.
O cálculo do índice Beta
Para calcular esse índice, pode-se utilizar uma planilha do Excel, cujo modelo está disponível gratuitamente na internet. A fórmula para cálculo do Beta é: βα = Cov (rα , rp) / Var (rp), onde:
- βα é Beta;
- Cov é covariância;
- Var é variância;
- rα é retorno do ativo;
- rp é retorno do portfólio ou retorno do mercado (rm).
Logo, por definição, o índice Beta é igual à covariância entre o retorno do ativo e o retorno do portfólio dividido pela variância do retorno do portfólio.
Os riscos e o índice Beta
O tamanho do risco tem uma relação direta com o volume do retorno. Nesse caso, ações com Beta elevado costumam oferecer retornos maiores. Os riscos com ações podem ser divididos em risco único (inerente àquela ação) e risco de mercado (envolve todo o mercado financeiro e suas derivações).
Diversificando a carteira de investimentos, você poderá eliminar o risco único, mas não se livrará do risco de mercado (ele é um risco que jamais pode ser extirpado).
Ao construir sua carteira de investimentos, é preciso levar em conta, além do índice Beta, os estudos de CAPM — Modelo de Precificação de Ativos Financeiros, fórmula matemática aplicada em finanças que analisa o impacto da rentabilidade e dos riscos de uma determinada ação.
É necessário usar o índice Beta para determinar o risco de mercado de uma empresa, considerando que esse risco é sistemático e não pode ser eliminado.
Quando o investidor constrói uma carteira de investimentos defensiva ou agressiva usando esse índice, é necessário considerar a situação do mercado, a instabilidade ou estabilidade econômica. Assim, fica mais fácil reduzir os riscos, posicionando o investimento na altura mais elevada possível.
Os problemas e as soluções
Ainda que seja um bom índice para mensurar riscos de investimentos, existem problemas em usar apenas o Beta para definir isso. Ele está baseado em dados passados, o que nem sempre é uma certeza para o futuro. O índice desconsidera transformações em curso, como inovação na linha de produtos ou no setor industrial.
O índice Beta também sugere uma oscilação de preço de uma ação relacionada ao mercado em geral. Essa oscilação pode apresentar tendências de crescimento ou queda. Em um mercado tendente à alta, uma ação que se valoriza acima da tendência tem Beta superior a 1.
Para usar corretamente esse índice, os investidores podem aplicá-lo na tomada de decisões em curto prazo, pois as oscilações se fazem importantes nesse momento. Assim, quando se pretende comprar/vender em curto prazo, o Beta é útil para medir riscos.
Para investimentos em longo prazo, o índice Beta não é muito vantajoso — é melhor fazer uma análise minuciosa dos fundamentos organizacionais para ter uma ideia mais realista do verdadeiro risco em um horizonte mais amplo.
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