Educação financeira – Eduque seu filho para poupar e investir
Uma pesquisa realizada com 752 pais de crianças de quatro a doze anos, e conduzida em parceria pelo Instituto Axxus, o Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (Neit) da Unicamp e a Associação Brasileira dos Educadores Financeiros, chegou a uma conclusão interessante: ensinar as crianças como lidar com o dinheiro e incentivá-las a poupar tem influência positiva no comportamento familiar.
Em geral, os resultados apontam para o fato de que 58% das crianças que estudavam em escolas que ofereciam aulas de educação financeira entendiam melhor quando seus pais não podiam comprar para elas algo que pediam, e 100% delas passaram a economizar uma parte de suas mesadas ou semanadas.
Não é de hoje que se sabe que, quanto mais cedo se começa a criar o hábito de economizar dinheiro menores são as chances de apertos financeiros no futuro. Por isso, investir na educação financeira das crianças é essencial para que elas já cresçam com a noção de que é preciso poupar para ter uma vida mais tranquila.
Mas como preparar seu filho para poupar desde a mais tenra idade? Neste post, vamos dar algumas dicas úteis para fazer isso sem traumas.
Ensine lições de economia brincando
É sabido que as crianças pequenas aprendem melhor brincando, por isso, procure dar os primeiros passos do beabá da edução financeira de uma maneira lúdica e divertida, por exemplo, estimulando brincadeiras com dinheiro de mentira. Outra ideia é apostar em jogos de tabuleiro como o Banco Imobiliário. Além de estimular o cálculo e o raciocínio da criança, essa é uma excelente maneira de ensiná-la sobre o valor da moeda.
Vale lembrar que as lições devem ser contextualizadas de um jeito que faça sentido para o pequeno, ou seja, incorporando-as ao dia a dia. Por exemplo, quando levar a criança ao supermercado, peça-a para conferir o troco ou desafie-a a comparar preços de produtos iguais.
Dê limites ao seu filho
Para não criar um ser humano frustrado ou mimado, é de suma importância que os pais saibam dar limites à criança, ensinando-a sobre equilíbrio e fazendo-a entender que ela não poderá ter tudo o que quer. Por exemplo, não é recomendado dar todos os presentes que seu filho pede, nem mesmo optar pelos produtos mais caros ou sofisticados da loja de brinquedos só porque os amiguinhos da escola ganharam aqueles itens no Natal.
Outra dica é fazer uma lista de compras quando forem comprar roupas ou até mesmo em visitas ao supermercado. Deixe que a criança escolha algumas coisas que quer, mas com limitações: se você já comprou um pacote de biscoitos, explique que vai deixar para comprar a barra de chocolate em outro momento. O adulto deve estipular as regras antes de sair de casa e explicar à criança quantos produtos ela poderá escolher.
Nem precisamos lembrar que você deve levar em conta a realidade financeira da família, não é? Nada de gastar fortunas em brinquedos recém-lançados se isso for comprometer o orçamento doméstico.
Estimule-a a juntar moedinhas em um cofrinho
Um jeito didático e divertido de ensinar sobre poupança às crianças é dar a elas um cofrinho e incentivá-las a colocar moedas dentro para, quando o recipiente estiver cheio, contarem o dinheiro e adquirirem algo (um brinquedo muito desejado, por exemplo) com o montante. Isso ajuda a mostrar que o dinheiro não nasce em árvore e que, quando queremos adquirir algo, é preciso juntar o valor necessário antes.
Transforme esse processo em uma brincadeira atrativa para os pequenos! Você pode, por exemplo, comprar um porquinho simples de madeira e pintá-lo com seus filhos em casa, criando um cofre customizado e exclusivo.
Nesse primeiro momento, não se deve estipular uma meta, já que o que importa não é exatamente o quanto falta para chegar a tal valor, mas sim a aprendizagem e a naturalização do processo de acumular para, um dia, atingir uma quantia significativa.
Não se esqueça de que, no momento de abrir o cofrinho, é muito importante que os pais celebrem esse processo junto com a criança, parabenizando-a pela disciplina e fazendo-a se sentir orgulhosa pelo resultado alcançado.
Se couber no seu orçamento, ofereça uma mesada
A mesada pode ser uma solução interessante para o aprendizado das crianças, para que desde cedo elas comecem a se familiarizar com as notas e moedas, e consigam entender que, se quiserem comprar algo que exceda o valor recebido, será necessário economizar. É claro que o valor ofertado deve ser proporcional à idade da criança e à realidade econômica dos pais, sem excessos.
Vale ressaltar que o dinheiro do lanche na escola, se a criança fizer as refeições na cantina, deve ser dado à parte da mesada, como se fosse uma versão do “ticket-refeição” dos adultos. Isso evita que a criança deixe de comer ou se alimente mal para juntar mais dinheiro, o que não é o objetivo aqui.
Por fim, seja um bom exemplo para seu filho
Um exemplo vale mais do que mil palavras, portanto, não adianta nada você incentivar bons hábitos financeiros em seu filho se você mesmo não consegue seguir à risca esse comportamento. Portanto, organize sua vida financeira, tenha uma reserva de emergência e evite consumir em excesso antes mesmo de pensar em introduzir as noções de educação financeira. Assim, a criança não vai aprender por coerção, mas sim assimilando os exemplos que vê dentro de casa.
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